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Tratamento

     Em caso de intoxicação o primeiro passo consiste na remoção da fonte de contaminação a que o individuo foi exposto ou na adoção de medidas preventivas para minimizar o risco de exposição. [1]

     No caso de níveis relativamente baixos o tratamento pode passar apenas por remover a fonte de contaminação e casos mais complexos implicam tratamentos com quelantes. Este é recomendado a crianças e adultos com concentrações de chumbo no sangue superiores a 45 µg/dl e 50 µg/dl respetivamente. [5]

     O objetivo desta terapia consiste em reduzir a concentração de chumbo no sangue para valores inferiores a 15 µg/dl e idealmente 10 µg/dl. [6] Existem vários agentes quelantes disponíveis para tratar uma intoxicação por chumbo:

   1. Succimer ou ácido meso-2,3-dimercaptossuccínico (DMSA) é um agente quelante oral solúvel em água. [6] Este é usado em crianças com concentrações de chumbo no sangue inferiores a 70 µg/dl sem evidência de encefalopatia. [5] Embora este seja responsável pelo abaixamento dos níveis deste metal no sangue não reverte os danos neurológicos. [2]

  2. EDTA de cálcio dissódico é um agente quelante parentérico. Este nunca deve ser utilizado como único agente em pacientes que manifestam encefalopatia, uma vez que não atravessa a barreira hematoencefálica, podendo até levar à exacerbação desta. [3]

      Desse modo, nestes pacientes é usado em associação com o Dimercaprol. Assim como, em crianças com concentrações de chumbo no sangue superiores a 70 µg/dl. [5]

  3. Dimercaprol (BAL) é outro agente quelante parentérico recomendado como primeira escolha em pacientes com concentrações elevadas de chumbo no sangue (>100 µg/dl) e  encefalopatia causada pelo chumbo. [4]

Fig 3. Molécula de Dimercaprol.

Fig 2. Molécula de EDTA de cálcio dissódico.

Fig 1. Molécula de ácido meso-2,3-dimercaptossuccínico (DMSA).

[1].Centers for Disease Control and Prevention. Managing Elevated Blood Lead Levels Among Young Children: Recommendations from the Advisory Committee on Childhood Lead Poisoning Prevention. Atlanta: CDC; 2002.

[2].Bradberry, Sally, and Allister Vale. "Dimercaptosuccinic acid (succimer;DMSA) in inorganic lead poisoning." Clinical Toxicology 47.7 (2009): 617-631.

[3].Flora, S. J. S. e Pachauri, V. (2010). Chelation in Metal Intoxication. International Journal of Environmental Research Public Health, 7, pp. 2745-2788.

[4].Chisolm, J. Julian. "The use of chelating agents in the treatment of acute and chronic lead intoxication in childhood." The Journal of pediatrics 73.1 (1968): 1-38.

[5]. https://toxnet.nlm.nih.gov/cgi-bin/sis/search2/f?./temp/~6zyCkw:3 (acedido a 23/05/17)

[6]. http://www.inchem.org/documents/ukpids/ukpids/ukpid25.htm (acedido a 23/05/17)

      4. D-Penicilamina é um agente quelante oral mais utilizado em crianças. [5] Este não deve ser administrado em indivíduos alérgicos à penicilina uma vez que pode desencadear uma reação anafilática. [6]

     Os agentes quelantes administrados por via parentérica podem ser usados em pacientes com concentrações de chumbo no sangue superiores a 70 µg/dl, evidência de encefalopatia ou que não tolerem medicamentos orais. [5]

   A intoxicação aguda é pouco comum. No entanto, pode ocorrer após a ingestão, por um adulto, de 10 a 30 g de chumbo durante 1 a 2 dias. Sendo também possível nas crianças perante a ingestão de doses menores. Nestes casos pode ser necessária a administração de carvão ativado. [5]

      Em casos de exposições cutâneas, oculares ou inalatórias o tratamento passa pela remoção das roupas contaminadas, lavagem da área exposta com água e sabão e remoção da fonte de exposição. [5]

Fig 5. Carvão ativado

Fig 4. Molécula de D-Penicilamina.

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